Assim como não sei bem como começou o meu apreço inesperado pela cor cinza (será por causa da canção de Noel Rosa?), também não sei quando comecei a preferir as rasteirinhas aos saltões. Logo eu, que nunca usei muito, mas semprei adorei e suspirei pelos saltões. Será a idade?
Agora estou preferindo os sapatos baixos, como vocês já sabem.
Aliás, como vocês também já sabem, eu sou uma destruidora compulsiva de calçados. Quando acho um que cai bem e não machuca meus notórios pés sensíveis, uso até fazer furo ou cair a sola. Foi o que aconteceu com minha ankle boot Arezzo que comprei nos meados dos anos noventa, filha única de mãe solteira. Sério, era minha única bota!
Há uns dois anos, o acabamento do salto simplesmente caiu no meio do Shopping Leblon enquanto eu me encaminhava serelepe em direção aos cinemas. Sim, era de salto alto, um daqueles grossos meio rústicos/abrutalhados da época do grunge – lembro que comprei no mesmo dia um oxford marrom de couro, para você ver como estava na crista da onda, surfando as tandências do momento. Ah, minha adolescência!
E foi assim que eu fiquei órfã de bota. Ou vice-versa.
Como vivo no Rio, não sinto muita necessidade de ter uma bota. Ou duas. Ou três. Os vinte dias de inverno que minha agradável cidade de clima tropical semi-úmido tem por ano passam rapidinho. Por isso vou adiando e protelando a compra de uma.
Mas estou de olho. Principalmente nas botas de montaria e/ou sem salto. Hoje bati o olho nessa da marca Sigerson Morrison, à venda na loja virtual The Outnet, e me encantei imediatamente. Cor de cinza e rasteira, a fome e a vontade de comer.
Desde já estou torcendo para ela entrar na queima de estoque do fim de ano! Porque o preço atual, mesmo com desconto, não dá...